ME DESCOBRINDO NEGRA
(inspirado em Leda Maria Martins – Performances do tempo espiralar. Poéticas do Corpo-tela, Cobogó, Rio de Janeiro, 2021)

“O corpo-tela, como imagem material e mental, fundo, superfície, volume, relevo, perspectiva e condensação, não nos remete apenas às inscrições peculiares e aos adereços e adornos corporais e, por consequência, ao privilégio das poéticas de visibilidade, pois evoca também, como sonoridade, a evidência auditiva, o perscrutar dos ouvidos, a ativação intensa dos registros auriculares. Em sua qualidade icônica, visual, provoca o olhar, pois a ‘experiência da imagem, anterior à da palavra, vem enraizar-se no corpo’, como afirma Boal (...), os sons e as palavras, como expressão, ‘Trazem ainda em si marcas, vestígios ou ressoo de uma relação mais profunda entre o corpo do homem que fala e o mundo de que fala”, e a imagem, como signo, vem marcada “em toda a sua laboriosa gestação pelo escavamento do corpo”. Leda M. Martins, 2021:78